Ao praticar ásana o iniciante precisa observar alguns quesitos que, além de introduzir com segurança essa nova linguagem ao corpo e garantir uma prática saudável que não cause danos, vão posicionar também a mente do praticante, englobando suas emoções e envolvendo-o por completo. Essa é a diferença entre praticar yoga e fazer qualquer outra modalidade de exercícios físicos.
A primeira coisa a observar é a posição do corpo, que deve estar confortável. Qualquer sinal de dor é um alerta para que modifiquemos a posição, escolhendo uma variação que vá de acordo com o nosso adiantamento. O tempo todo deve haver um diálogo sincero entre o corpo físico, nosso emocional e o comando central de nossas mentes. Afinal de contas, todos temos uma estrutura corporal única, e desvios de coluna, lesões e outros problemas de saúde vão ditar o ritmo da prática de cada um, visando sempre uma evolução em conjunto com o prazer de praticar, caminhando também na direção de minimizar e até corrigir esses problemas. Se esta regra do conforto não for observada o praticante negligente poderá estar cultivando esses problemas no futuro(lembrando que "esforço" é um atributo indispensável de algumas práticas de ásana e é bem diferente de "forçar", e que a dor física é bem diferente das sensações geradas pelo esforço).
Depois do corpo estar devidamente posicionado e confortável devido à sua estabilidade, devemos observar as áreas do corpo que estão sendo trabalhadas na posição.Trazemos assim a consciência para a técnica corporal, nossa mente não divaga pelo que comeremos no jantar ou a quantas anda a bolsa de valores, mas está presente na atividade que está sendo realizada, entrando em um contato íntimo com as estruturas físicas e conhecendo cada grupamento muscular, cada articulação, nervos, tendões, o fluxo de sangue, enfim, todo o conjunto que forma o nosso veículo mais denso: o corpo.
Outra coisa a se observar é a devida compensação dos ásanas, ou seja, sempre executar a mesma variação das posições para os dois lados do corpo e sempre realizar anteflexões para compensar retroflexões, e vice e versa.
A respiração também entra como atributo da técnica corporal, lembrando que a respiração do yoga é geralmente feita pelas narinas, e para evitar quedas por baixa oxigenação deve-se inspirar sempre que a movimentação for para cima e expirar sempre que for para baixo.
Agora soma-se a tudo isso uma intenção, afinal de contas estamos trabalhando nosso corpo em conjunto com nossas emoções e nosso psicológico para atingir um objetivo. Praticamos para nos tornarmos cada dia mais conscientes de quem somos, para realizar a manutenção da saúde, para de expandir nossa capacidade física e conhecer e ampliar nossos limites. Então nada mais coerente do que transformar essa intenção em mentalizações das tranformações que queremos ver ou mentalizações dos processos que queremos conhecer em nossos corpos, assim potencializamos o efeito da prática e estamos realmente praticando yoga!!
